Objetificar é algo que se ensine às crianças?

Definição de Objetificar:

“Diminuir o estatuto de um simples objeto. Coisificar. Tornar algo em Objeto.”

 

O nosso mundo mudou. As situações e ações tomaram um rumo diferente e hoje em dia coisas que escondiamos nos anos 80 e 90, tabus ou algo vergonhoso de se falar, as pessoas decidiram finalmente avançar e falar abertamente.

O Bullying é agora uma batalha, ele existe e muitos fecham os olhos a ele, mas ele ainda acontece e muitos pegam na Internet e utilizam-na como voz e para empurrar as leis sobre isso, para haver um confronto e agir em relação ao Bullying.

MAS… então e em casa? Em pleno século 21, os pais têm necessidade de ensinar e falar com os filhos sobre isso, ou melhor, DEVEM falar, e procurar ações ou elementos de que os filhos são, ou poderão ser bullizados, ou ser os próprios Bullies. Às vezes não é fácil, mas tenho algumas dicas sobre isso.

Não que eu seja a melhor mãe do mundo! Mas eu tento arduamente perceber o mundo atual e compreender as crianças. Eu pelo menos tento!

Ser-se Pai ou Mãe não vem com instruções, e não será com dicas e opiniões de família e amigos que fará alguma diferença, porque a sua criança é única e você é único, porque você quer coisas diferentes de quando cresceu, porque é um mundo novo e evoluído, com novas regras e sempre com updates… O mundo gira depressa nestes tempos e temos que evoluir com ele! Fato!

Uma das coisas que tenho vindo a analisar é que as pessoas ainda continuam a Objetificar coisas e pessoas, incluindo a nós próprios!

O Objetificar é criar uma categoria ou rotulo negativo a algo, ou alguém… e as crianças copiam-nos!

 

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Sou Gorda, aquela pessoa é gorda, ou tu és tão magro!

Errado. Tão errado. As crianças começam a crescer a pensar dessa maneira (e com toda a razão) a rotular a sociedade como gordos e magros, altos e baixos, e para eles parece normal. Que consequências isso traz? Simples: Baixa Autoestima! Significa que eles poderão se tornar num alvo por serem tímidos ou então utilizarem a raiva sobre os seus corpos. Não só em relação a eles…  mas em relação aos outros também.

Muitas marcas de roupa estão a vender calças de ganga para crianças em modelo “Extra Skinny”. O próprio nome diz tudo. Extra magro. Pessoalmente não compro. Não concordo que roupas para crianças, meninas e meninos, sejam catalogados como Extra skinny. Portanto, as marcas passaram de Slim, para Skinny para Extra Skinny, dizendo aos pais e crianças que elas têm que caber naquelas roupas.

Não, super errado! Primark mude a sua mentalidade sobre as crianças! Em lado nenhum existe um par de calças com perna direita e confortável para as crianças, e se houver 15 modelos de calças de ganga, haverá de vez em quando com muita sorte, 1 modelo de calças confortáveis. As roupas apertadas são bastante perigosas para a saúde, para além de pararem a circulação e levar problemas com veias varicosas, existe sempre a possibilidade de ajudar a criar coágulos no sangue.

Outra situação: Você pode estar a vestir algo em casa e dizer: “Bolas, estou mesmo gorda aqui, tô mesmo gorda!”…

Você cresceu a ouvir isso, por isso acha normal dizer esse tipo de coisas sobre si, mas se não explicarmos as crianças sobre o porque dizemos essas frases, os seus filhos vão acabar por chamar os outros de gordos ou até mesmo a si, e isso é um tipo de bullying, e não esta correto em objetificar as pessoas de essa maneira. O chamarmos os nosso filhos, família e amigos de gordos ou magros, é um tipo de bullying! Acha que não? Entao faca este exercício:

  • Uma pessoa na rua chamou o seu filho de gordo… Você gosta de ouvir o seu filho a receber essa informação? Não? Bem me parecia.
  • E se chamaram o seu filho de burro na rua também gosta? Não? Entao o que sai da sua boca, é para eles o mesmo tipo de bullying! Faz de si um Bully!

Não é só objetificar com gordo ou magro! É usar palavras como: “Feio, Mau, és burro, és estúpido, és parvo, não consegues fazer nada certo, não fazes nada bem”…. Isto é Bullying! E quando oiço estas palavras ferve-me o sangue em ver as crianças a encolherem-se de vergonha e vejo a sua autoestima a ir para o subsolo!

Para mim, e cresci assim, quando ouvia alguém chamar de estúpido a outra pessoa, significava (e continua a significar) o baixo dos mais baixos. Estranhamente noto que para muitos é normal tratar assim as pessoas e nem notam, mas não é! Nunca será nem bonito, nem bom ouvirmos estas palavras depreciativas.

Todos nós temos direito a nos defender. É um direito nosso enquanto seres humanos inteligentes de não termos o nosso “espaço” invadido por negatividades. Por isso, se sabemos quais as nossas capacidades e qualidades e temos sentimentos, não temos que aguentar a sua negatividade!

 

 

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Preciso de uma bebida Já!

Quantos de nós não chegou a casa ou a outro lado, e disse: “Preciso de beber algo já”, “Apetecia-me beber um jarro de sangria”, ou “Manda vir Mojitos que hoje saio torto!”, a frente de crianças?

As crianças nos primeiros 5 anos são um computador com disco limpo que vai aprendendo e memorizando e gravando tudo o que os pais fazem, o que a família diz e os amigos gostam. Não pense por um momento que dizendo algo que até possa ser sarcástico ou uma “piada”, que as crianças vão saber diferenciar de Piadas para a Realidade.

As crianças não são nem sarcásticas, nem conhecem piadas avançadas as 3 ou 4 anos! Para eles o que você diz – Você Pai ou Mãe –  que é o primeiro amor do seu filho e Rei/Rainha supremo e que sabe de tudo; aquilo que você diz para eles é lei, e vai ficar para sempre com eles, gravado na memoria. Mesmo que eles aos 20 anos não se lembrem do que aconteceu quando tinham 4 anos, aquela frase ou imagem, ficou gravada no subconsciente.

Para eles o que lhe esta a transmitir é: “Beber é algo bom que fará com que os meus problemas e tristezas vão embora e estarei feliz e contente a divertir-me”.

Preciso dizer mais? Porque além de os problemas estarem em pausa e não passarem, de estarem a espera de uma solução (que irá agravar-se se não for solucionado a tempo), é ensinar que o correto é viver assim e não enfrentar os problemas.

Se suprimirmos e pensarmos antes de falar, garanto que não haveria tantos adictos no mundo.

Digo o mesmo em relação a drogas, jogos, compras em excesso e fumar… E por favor quem ainda fuma? Isso é tão do século passado!

Ensine que escrever, ler, pintar, fazer exercício, meditar, yoga, brincar com legos e carros é algo que eles podem libertar a negatividade.

 

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Perca os Rótulos e as Categorias

Não coloque rótulos em pessoas, animais ou sítios. Simplesmente ensine as crianças. Explique-lhes o que acontece ou aconteceu, o porque sim ou o porque não. Explique-lhes. Converse com eles como se falasse com o seu melhor amigo de uma maneira carinhosa e simples. Mas explique e fale. Eles quando são recém-nascidos gostam de ouvir a nossa voz, e quem de nós (já em adultos) não gosta de ouvir a voz dos nossos pais ou de quem nos faz feliz. Do nosso porto seguro? Fale com eles.

Essa conversa vai ser outra lição para eles. A lição de que a falar as coisas podem ser tão bem mais fáceis e alterar a perspetiva de algo para melhor.

“Se a minha mãe disse… Se o meu Pai faz assim… Se eu em Casa faço isto…” – Aqui esta a base para uma infância feliz, um adolescente brilhante e um futuro adulto com sucesso!

 

 

Como Mãe, o meu primeiro pensamento é o meu filho.

Estarei a ser uma boa professora, estou a ensinar maneiras corretamente, em como fazer as coisas? Estou a transferir-lhe o carinho que ele precisa, manter a sua autoestima alta e a ser uma pessoa correta? Honestamente penso que sim (e muitas vezes tiro os meus “Óculos de Mãe” para ver numa perspetiva de fora, mais racional.

Penso que o meu pedacinho de mim, vai ter um excelente futuro e ele pode ser o que ele quiser ser.

 

Nos não objetivamos nem nada, nem ninguém na nossa casa. É a nossa maneira de ensino e de estar na vida. Ensinamos a estarmos gratos pelo que temos com muita energia positiva.

Como é na sua casa?

 

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